domingo, 30 de abril de 2017

Diário de Classe - Aula 11 (10/04/17)

           Primeiramente devo admitir que acabei faltando a essa aula, tinha uma consulta no dentista e acabei não podendo comparecer. Acabei assistindo o filme depois em casa e já que a aula tratou principalmente dele me sinto mais a vontade de poder comentar algo. O filme é autobiográfico e conta a história de vida do agente terceirizado da CIA, que após anos de serviço percebeu que as ideias que tinha sobre a organização estavam totalmente deturpadas, e que estava ajudando a causar o mal ao resto do mundo, por isso decide fugir do território norte-americano e se refugiar na China e depois na Rússia, onde libera diversos documentos sobre a espionagem da agência norte-americana.
           Adorei o filme, acho que principalmente por ter ido com baixas expectativas e por não saber grandes detalhes da estória. O título do filme no Brasil "Snowden: Herói ou Traidor" apesar de bem brega e como sempre exagerado, acaba por inesperadamente fazer uma reflexão interessante, afinal o que ele fez foi ou não correto? Na minha opinião foi corretíssimo, pois ele seguiu seus princípios e fez o que julgou ser o certo, claro que houve consequências, entre elas sua relação amorosa. Falando nisso, muitos podem ter a mesma impressão que a namorada/esposa do Snowden, Lindsay Mills, quanto à violação da privacidade, em dado momento ela soltou uma frase que me fez refletir bastante, não me lembro de todas as palavras, mas foi algo como "Porque deveria me importar com isso? Eu não fiz nada de errado, não tenho nada a esconder", e parando para pensar esse seria meu primeiro questionamento em relação à paranoia que se pode ter ao final do filme, mas aí eu chego a decisão que não é disso que se trata, e sim que é contra todas as leis mundiais sobre privacidade ter sua intimidade violada dessa maneira, saber que a qualquer momento você pode está sendo observado não é apenas assustador mas também revoltante.

          Enfim, eu acabei gostando muito da experiência foi um filme muito bom e bastante reflexivo, e perfeito para finalizar meus trabalhos com os diários, que acabou por surpreendentemente ser uma boa experiência.

domingo, 23 de abril de 2017

Entrevista (Narrativa 3) - Questões de leitura e experiência escolar da terceira idade

      Dona Hermínia Santos Peixoto de Moraes tem 69 anos, nasceu e viveu grande parte de sua vida na cidade de Maceió-AL, tem seis filhos e nove netos, e mora atualmente no município de Marechal Deodoro, e é minha avó materna.
      Decidi dividir essa entrevista em dois blocos que acabaram se mesclando no decorrer do processo, uma relativa à leitura e escrita, e a outra à sua vida escolar. Comecei por questioná-la sobre seus hábitos de leitura atuais, para que, depois, pudesse voltar aos acontecimentos passados.
      Para começar, perguntei se ela hoje em dia possuía algum hábito de leitura, de qualquer tipo. Ela me respondeu que gostava de ler notícias, pois sempre gostou muito de telejornais, e agora que tem um smartphone e utiliza o Facebook e Whatsapp consegue se manter melhor informada lendo notícias que aparecem em seu feed, indo a matérias sobre notícias do mundo inteiro, com interesse particular em notícias locais. Porém diz ter perdido o interesse pela literatura, algo que nunca foi assíduo a ela, apenas leu poucas obras na vida e nunca teve na leitura um meio de lazer. Leu alguns romances, citou Jorge Amado e algumas obras clássicas como Iracema, inclusive hoje, sendo aposentada e tendo uma vida mais ociosa, que lhe permitiria se dedicar a essa atividade de lazer, acaba por não fazê-lo, optando por assistir filmes nas horas vagas.
       Quando fomos para a parte sobre sua educação, ela respondeu que terminou apenas o ginásio, que equivaleria hoje ao ensino fundamental, tinha na época 17 anos. Quando lhe perguntei por que havia concluído o fundamental com uma idade de certa forma avançada, ela me disse que na época era bastante diferente e que começou a estudar com 7 anos, algo hoje impensável na maioria dos casos. Posteriormente quando já estava casada e com quatro dos seis filhos que teria, decidiu voltar e tentar concluir o ensino médio, mas, quando estava no terceiro ano, acabou saindo por conta de outra gravidez e por conta disso desistiu de vez.
     Continuei a pedir mais detalhes do que mais se lembrava da escola, matérias que gostava e coisas do tipo. Ela falou que gostava muito de matemática, ciência, história e francês, que à época, era o idioma obrigatório das escolas públicas, mas que detestava língua portuguesa. Contou algumas curiosidades sobre seu tempo na escola, principalmente porque ela chegou a estudar durante o início da ditadura militar. Ela falou que as relações entre alunos e professores era muito diferente do que ela percebe hoje em dia e não sabe dizer se é melhor ou pior, pois lembra-se de que jamais se podia questionar a autoridade de um professor em sala de aula, não se podia entrar na sala depois do professor. O dever do aluno era esperar o professor dentro da sala, todos deviam cantar o hino antes do início das aulas e deveriam estar todos seguindo devidamente as regras de fardamento. Chegou a estudar em uma escola só de moças durante o fundamental, disse que isso ainda era comum na época, mas falou que não havia nenhuma matéria específica para aquele tipo de escola, apenas lembrou-se de que havia a matéria de música, que era obrigatória, mas que não era apenas para as moças, todas as escolas tinham.
Alunos cantando o hino nacional em escola do tempo da ditadura.

      Acabei lhe perguntando sobre seus sonhos e planos que tinha na época, num sentido acadêmico, ela falou que mudou muito de ideia na época e um dos que se lembra era ter cursado medicina, mas que chegar a uma faculdade nessa época era algo inalcançável, principalmente porque só havia uma única faculdade pública em Maceió e pelas condições financeiras não serem favoráveis. Perguntei também se ela, hoje, considerando a idade que tem, pretende voltar a estudar, e ela falou que não, que era uma opção pessoal e não tinha somente a ver com a idade. Quanto à leitura, ela me diz que pretende começar a ler mais, algo que tenho tentado incentivá-la a fazer.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Diário de Classe - Aula 10 (03/04/17)

     A aula dessa semana trouxe temáticas muito interessantes a serem discutidas, a cibercultura e a influência da tecnologia na sociedade atual. Embora o início da aula tenha sido focada em comentários sobre as narrativas digitais e a importância dos diários, a pauta principalmente foi sendo suavemente introduzida ao se falar sobre o nosso mais acessível suporte de escrita, os computadores e smartphones que nos possibilitam criar e desenvolver esses blogs. 
       Nossa discussão acerca da cibercultura foi recheada de reflexões e exemplos, que nos fazem questionar se realmente a tecnologia que nos cerca, traz mais benefícios ou malefícios à nossas vidas. Primeiro foi feito um apanhado sobre quando o homem passou a ser o centro, ou seja, no iluminismo, movimento filosófico que muda a visão do homem no fim da idade média e nos faz mais antropocêntrico, passa a dar mais valor a razão. Fizemos reflexões sobre a relação entre o homem e a ciência durante todo o século XX e passamos a ver o quanto de fato isso influencia até em nossa forma de pensar de hoje, nossa visão mais desapegada e calculista, e o foco do consumismo nos meios de produção. Em dado momento da aula, a professora nos questionou "Vocês acham que atualmente estão mais consumindo ou produzindo?", questionamento esse que já foi suficiente para me fazer pensar no caminho para casa, e sim, sem sombra de dúvidas tenho consumido muito mais e sem vergonha alguma de admitir, afinal essa é a sina do ser humano pós-moderno, não é?